quarta-feira, 27 de março de 2013

Fuga dos alunos - Felipe Galdino


 Dia comum de aula, cursando 2º ano do ensino médio, no horário da manhã. Cheguei à sala, cumprimentei meus amigos e colegas como fazia de costume, logo em seguida coloquei minha mochila na mesa, tirei o material e assisti a primeira aula que era de Português, professora chata, falava demais, e por ser a primeira aula, nos deixava com sono, mais que a metade da sala ‘’dormia’’ na aula, era nova na profissão, e não tinha costume em dar aula e ser ignorada, mas ela relevava e prosseguia sua aula normalmente.
            Logo em seguida acabaram as duas aulas desta professora, e comemoramos com a batida do sinal, pois as próximas aulas eram Educação Física, esperávamos a semana toda por essa aula, por ser a única em que podíamos conversar, brincar, sem que nos chamassem atenção.
            Como de costume nosso professor fez a chamada, todos responderam e descemos para quadra; chegando lá, observamos outra sala usando a quadra, que também usaríamos. Eu e meus amigos, que eram dois: Matheus e Eder, não tínhamos muito contato com essa sala, por esse motivo decidimos não usá-la e procurar outras coisas pra fazer.
            Foi então que começamos a caminhar pela escola, conversando e procurando algo para fazer, pois esperamos a semana toda por essa aula.
            Irritados, um de nos (Eder), teve a ideia de perturbar outras salas, batendo na porta, jogando bolinhas de papel pelo vão da parede, etc., mas ninguém se irritou, aí perdeu a graça.
      Não satisfeitos, achamos melhor esquecer essa coisa de nos ‘’divertirmos’’ na aula de Educação Física, essa ideia foi minha e do Eder, Matheus irritado foi conversar com umas meninas e disse que por hoje chega.
Felipe e Eder não satisfeitos, procuraram algo pra fazer, tinham a esperança que aquela Educação Física seria legal, foi então que achamos a porta de lixo aberta, com acesso a rua. Não pensamos muito para sairmos sem olhar para trás, foi um erro, pois o professor estava nos observando, juntamente com alguns inspetores, saímos correndo para a rua em direção a uma padaria, objetivo era ficar na padaria até que a aula de Educação Física terminasse.
Corremos muito, e paramos em uma calçada, foi ai que eu disse:
- Felipe: Porque paramos?
Eder:  -Melhor voltarmos, acho que alguém viu a gente sair...
Felipe:  -Que nada relaxa, coisa da sua cabeça; eita! Faltam 5 minutos pra acabar a aula.
Eder: -Vamos voltar!, Corre! Corre!.
            Novamente voltamos a correr, chegando lá, entramos pela lixeira sem nem olhar ao nosso redor, foi então que o professor estava nos esperando e disse:
Professor:  -Os dois, já para diretoria.
            Não teve outra, apesar da situação não parávamos de rir, e o professor irritado achava que nós estavamos zombando da cara dele. Chegando lá, o professor reportou à vice-diretora que tínhamos saído da escola sem a permissão dele. Ela não disse nada, apenas pediu pra aguardarmos e dispensou o professor.
    Na diretoria, teve o arrependimento, dissemos que nunca mais faríamos aquilo, torcíamos por impunidade, pois naquela semana, era a terceira vez que estávamos lá. Ela simplesmente deu uma lição de moral na gente, pediu nossos nomes e telefones para ligar para nossos pais, que naquele momento ficaram cientes do ocorrido. Voltamos à sala de aula, arrependidos, e nosso ‘’amigo’’ Matheus zombando com nossa cara a todo momento durante duas aulas.
     Chegando em casa, ambos: Felipe e Eder, tivemos mais uma lição de moral por parte de nossos pais, eu Felipe, fui instruído a não sair mais com o Eder, e o Eder a não sair comigo. Mas isso era em vão, continuamos a sair do mesmo jeito, tínhamos uma boa amizade e até hoje nos lembramos desse dia, como se fosse ontem, e agradeço por ter conhecido uma pessoa parceira e amigo como ele.

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