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E
como eu sempre dizia... aquela sala ficava louca e muito agitada depois
daqueles vinte minutos no pátio, não sei o que acontecia, voltavam alegres; a
Bia como sempre cantando, a Ashelley já chegava gritando e o resto não parava
de conversar.
Eram
as duas ultimas aulas e quando a professora entrou na sala, percebi que ela não
demostrava animo e parecia meio estressada. Já a sala era totalmente ao
contrário, faziam piadas e riam alto; não tinha fileira, sentavam um do lado do
outro.
Ela
iria dar visto em algumas atividades da apostila que havia dado como lição de
casa e enquanto isso pediu que fizéssemos algumas atividades do livro didático;
a pergunta era, como iriamos fazer a do livro se nem ao menos tínhamos feito a
da apostila? Com isso começamos a pedir emprestado as apostilas de quem havia
feito; é obvio que a professora ia perceber, já que as respostas da maioria
estavam iguais, mas pelo menos tínhamos feito.
Como
sempre, estava com meus amigos, Léo, Lucas, Vitória, Ashelley e Danilo; a
professora olhava irritada para nós, até dava para entender, pois além de
copiarmos as respostas da apostila dos outros colegas, não estávamos fazendo as
atividades do livro e não parávamos de conversar e dar altos risos.
O
fim da aula estava chegando, e aquela situação não mudava, pensei que aquilo
não podia piorar, até que a Ashelley se
levantou para ir falar com a Luciana, ao voltar para o seu lugar, puxei a
cadeira e ela caiu feio no chão!
Toda
a sala começou a rir, inclusive a professora que se levantou e começou a zuar
minha amiga que havia caído, isso fez com que a sala ficasse mais empolgada e
com que Lucas e Léo rissem cada vez mais; do nada a professora para de rir e
nos mira com um olhar sério, começa a gritar e brigar com a sala, então caminha
em nossa direção, pergunta a onde estava o livro de sua matéria, por sorte
Ashelley e eu estávamos com o livro aberto, mas não havia nem se quer uma
questão respondida; logo atrás de nós
Lucas e Léo ainda estava com o livro na mochila, mas ao serem questionados
disseram que tinham esquecido em casa.
Com
os olhos vermelhos e cheios de lágrimas começou a falar sem citar nomes, mas
era bem claro para todos, a quem era o recado, dizia que não sabia para que iam
para escola ficar só conversando, brincando, que não fazíamos lição; depois de
alguns minutos de fala, ela encerra dizendo que até o fim do ano não permitiria
mais a entrada de Lucas e Léo em sua aula; os meninos entraram em choque, a
professora voltava ao seu lugar, enquanto alguns alunos comentavam do
acontecido nunca visto antes; meus amigos não acreditavam no que tinham ouvido
e ainda diziam que a culpa era toda minha, por ter gerado toda aquela situação;
ao bater o sinal tentaram falar com a professora, mas ela nem queria papo, nem
mesmo aceitou as desculpas. Da escola até minha casa, meus amigos contaram aos
nossos outros amigos sobre o acontecido e sempre dizendo que a culpa era minha.
Por
sorte, na outra aula puderam entrar na sala, sem que a professora tentasse
impedi-los. Mesmo com isso, para alguns até hoje a culpa é minha.
E
aí, a culpa é minha?
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