quarta-feira, 27 de março de 2013

A culpa é minha? – Mayara de Oliveira Silva

Era um dia quente e como de costume, acordei cedo parar ir a escola. Chegando lá tive quatro aulas; depois fomos para o intervalo.
E como eu sempre dizia... aquela sala ficava louca e muito agitada depois daqueles vinte minutos no pátio, não sei o que acontecia, voltavam alegres; a Bia como sempre cantando, a Ashelley já chegava gritando e o resto não parava de conversar.
Eram as duas ultimas aulas e quando a professora entrou na sala, percebi que ela não demostrava animo e parecia meio estressada. Já a sala era totalmente ao contrário, faziam piadas e riam alto; não tinha fileira, sentavam um do lado do outro.
Ela iria dar visto em algumas atividades da apostila que havia dado como lição de casa e enquanto isso pediu que fizéssemos algumas atividades do livro didático; a pergunta era, como iriamos fazer a do livro se nem ao menos tínhamos feito a da apostila? Com isso começamos a pedir emprestado as apostilas de quem havia feito; é obvio que a professora ia perceber, já que as respostas da maioria estavam iguais, mas pelo menos tínhamos feito.
Como sempre, estava com meus amigos, Léo, Lucas, Vitória, Ashelley e Danilo; a professora olhava irritada para nós, até dava para entender, pois além de copiarmos as respostas da apostila dos outros colegas, não estávamos fazendo as atividades do livro e não parávamos de conversar e dar altos risos.
O fim da aula estava chegando, e aquela situação não mudava, pensei que aquilo não podia piorar, até que a Ashelley  se levantou para ir falar com a Luciana, ao voltar para o seu lugar, puxei a cadeira e ela caiu feio no chão!
Toda a sala começou a rir, inclusive a professora que se levantou e começou a zuar minha amiga que havia caído, isso fez com que a sala ficasse mais empolgada e com que Lucas e Léo rissem cada vez mais; do nada a professora para de rir e nos mira com um olhar sério, começa a gritar e brigar com a sala, então caminha em nossa direção, pergunta a onde estava o livro de sua matéria, por sorte Ashelley e eu estávamos com o livro aberto, mas não havia nem se quer uma questão  respondida; logo atrás de nós Lucas e Léo ainda estava com o livro na mochila, mas ao serem questionados disseram que tinham esquecido em casa.
Com os olhos vermelhos e cheios de lágrimas começou a falar sem citar nomes, mas era bem claro para todos, a quem era o recado, dizia que não sabia para que iam para escola ficar só conversando, brincando, que não fazíamos lição; depois de alguns minutos de fala, ela encerra dizendo que até o fim do ano não permitiria mais a entrada de Lucas e Léo em sua aula; os meninos entraram em choque, a professora voltava ao seu lugar, enquanto alguns alunos comentavam do acontecido nunca visto antes; meus amigos não acreditavam no que tinham ouvido e ainda diziam que a culpa era toda minha, por ter gerado toda aquela situação; ao bater o sinal tentaram falar com a professora, mas ela nem queria papo, nem mesmo aceitou as desculpas. Da escola até minha casa, meus amigos contaram aos nossos outros amigos sobre o acontecido e sempre dizendo que a culpa era minha.
Por sorte, na outra aula puderam entrar na sala, sem que a professora tentasse impedi-los. Mesmo com isso, para alguns até hoje a culpa é minha.
E aí, a culpa é minha?

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