terça-feira, 18 de junho de 2013

E quando o fim chegar - Rodolfo Souza

E quando o fim chegar,
Não conte que morri,
Espalhe por cidades partes do meu corpo,
Onde menos esperava estar.
Sofri.
Meus olhos deixem no chão,
proporcionar igualdade daqueles,
Sempre queriam meu regresso,
Mas nada escapará de mim.
Sucesso.

Minhas pernas deixem na praia,
Um dos lugares mais baixo,
Para saber que um dia comecei,
Desde o princípio,
Eu faço.

E com minhas orelhas queime-as,
Durante a festa de São João.
Na fogueira vai sair,
Cinzas de tudo que tinha que ouvir,
Consegui.

Junto em época, a língua deixe-a congelar.
Pois do lado de fora estará,
As pessoas que tiveram que me escutar.
Vou morar;

domingo, 16 de junho de 2013

A carência da morte - Karoline Bione

Quando eu morrer
minhas partes ficaram
quero deixar elas
com quem tenho consideração
 
Meus braços a minha mãe
que gosto de apertar
Meus olhos ao meu pai
que eu amava admirar
 
Meus ouvidos as amigas
que sempre me aconselhavam
Meus lábios ao meu amor
que sempre me beijou
 
Meu coração é importante
deixo a quem esteve comigo a todo instante
Minha alma é exclusiva
deixo ela com Deus, que por mim deu a vida.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Quando morreu ficou - Caroline Neves Siqueira

Quando morreu ficou,
Sepultado em sua cidade,
Pois tinha muita saudade
De seu lar...

O perfume dos rosais
Em seu nariz ficou
E a liberdade, no alto do Ipiranga
Para sempre cantou...

A cabeça sempre cheia,
Na Lopes Chaves quis deixar
Para alguém a esquecer
E em paz então ficar...

O coração era paulistano,
Talvez até Corintiano...
Pois mesmo em um defunto
Permanecia vivo à ele junto...

Adorava segredos escondidos,
De todo mundo e em todo canto!
Por isso deixou os ouvidos
Onde as histórias lhe fizessem o encanto...

Os olhos queria no Jaraguá,
Para assistir o progresso de perto,
E de dentro da Universidade
Os joelhos sustentassem o certo!

As mãos pouco lhe importavam,
As tripas também,
Mas a alma ficou com Deus,

O seu último desejo, Amém.