domingo, 24 de março de 2013

As Palmas Constrangedoras – Thaís Silva Mateus



Era mais um dia letivo comum. Mais precisamente terça-feira, 05 de março de 2013.
Como de costume, cheguei à escola, encontrei meus amigos, conversamos um pouco até a hora de subirmos pra sala.
Já começamos o dia com uma surpresa, não havia água na escola. Foi motivo para protestarmos: “Vamos morrer de sede”, “Como vamos usar o banheiro?”, “Não vai ter merenda?”. Era uma sede súbita em todos da sala, acho que em todos da escola.
Para completar o intervalo seria junto, todas as série. Estava um calor terrível, sem água, todos estavam agoniados, aquele pátio parecia medir 2m x 2m.
Então, meu grupo de amigos resolveu se reunir no pátio para conversar mais um pouco, estávamos em cinco  meninas e um menino , falávamos sobre os trabalhos que tínhamos para entregar, e nosso amigo tentava falar mais não conseguia, então ele se pronunciou:
-Vocês me deixam falar? Eu só queria dar minha opinião. Cinco mulheres falando ao mesmo tempo. Meu Deus!
Ficamos em silêncio e ele continuou:
-Então, eu acho...
Mas meu grupo interrompeu sua fala quando começamos a bater palmas desesperadamente. De repente a escola inteira se aproximou e começaram a aplaudir junto com a gente, foram uns três minutos de palmas e gritos, nos dispersamos pela escola ainda batendo palmas para não desconfiarem e rimos muito, morrendo de vergonha.
No dia seguinte ouvimos comentários, como se não soubéssemos de nada, nos falaram que era briga, gente se beijando entre outros, quando na verdade não havia acontecido nada, começamos a bater palma e geramos toda a curiosidade nos outros alunos.
Uma coisa ficou certa, nunca mais bateremos palmas no pátio da escola.

Um comentário:

  1. Chateadíssimo pela falta de sensibilidade feminina em deixar o menino, no qual era minoria entre as meninas, se expressar. Parabéns pelo texto, muito bom!!! =)

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