Era mais um dia
comum. Não tão comum no currículo escolar, pois era um dia de interclasse. Uma
batalha sangrenta entra salas, onde todos correm atrás de uma esfera. Tudo bem,
uma partida de futebol. Simples partidas de futebol, mas que aos olhos dos
alunos é uma guerra.
A minha sala era uma das favoritas. No elenco, só estrelas:
no gol, o dono da verdade, Guilherme. De fixo, Renan e Jhonatan - os homens que
não deixavam ninguém passar. Sérgio, o único aluno a marcar um gol de cabeça na
história dos interclasses, na posição de ala. E o camisa 10, o melhor pivô do
bairro, Lucas. As outras equipes tremiam. O nome do time? "Cabeças
Ocas".
Na torcida, as três mosqueteiras: Bruna, Alane e Olívia
(quem vos fala). As vozes das arquibancadas.
Todos os jogos do
Cabeça Oca eram garantia de show. Porém aquele não era o nosso ano. O ano da
nossa consagração. O jogo era Cabeças Ocas x Alvorada F.C. Um clássico. Jogo
tenso, ambos os times jogando bem, porém com o placar apertado.
E eu, como
torcedora fanática, não parava de gritar e torcer, na beira da quadra,
incentivando. Eis que o goleiro Guilherme recebe uma bola recuada de Jhonatan.
Todos perceberam
que ele iria chutar, e chutar forte para frente. Menos eu. E em um lapso de
desatenção, Guilherme lança a bola. Na minha cara! Só deu tempo de ver todos ao
meu redor abaixando, e eu fiquei.
Tenho certeza que
meu rosto ficou marcado com os "gomos" da bola. O jogo foi paralisado
por minha causa. Todos ficaram chocados com a pancada. E eu, como se não
tivesse acontecido nada, ordenei "vamos jogar!".
Só que o ferimento
da torcedora número 1 abalou a equipe, e acabamos perdendo o jogo.
Depois disso, os jogos mudaram para uma
outra quadra - onde há grades de proteção, e não há possibilidade de um
torcedor ser ferido.
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