A
classe era sempre muito festeira, sempre que faltava um professore ficavam em
aula vaga, se divertiam ao máximo. E, brincavam de atirar bolinhas uns nos
outros, enquanto outro pequeno grupo ficava de vigia, se dividiam entre a porta
da sala e as escadas. Voltavam sempre loucos, desesperados dizendo:
-Ele
esta vindo, está vindo. O senhor Albuquerque! – era o diretor, a pessoa mais
temida do colégio.
O
senhor Albuquerque sempre chagava na sala e os alunos estavam ali, todos
sentadinhos, arrumadinhos, com carinhas angelicais. De primeira impressão não
havia nada errado, mas o chão estava repleto de papéis embolados, - naquela
classe era mais conhecido como uma arma suada contra o outro canto da sala - da
“guerra” que sempre era interrompida pela visita inesperada do diretor. E ele
dizia sempre a mesma coisa:
-
Recolham todos os papéis do chão! – E, até os alunos que só assistiam a “pequena
guerra” eram convocados a recolher os papeis também, cooperando na limpeza.
O
diretor quando estava satisfeito com a rápida limpeza e organização dava de
costa à sala e saia, com ar de missão cumprida.
Certo
dia, a aula era vaga, os alunos combinaram de largar o tédio e fazer a “guerrinha”
de sempre. Os guerreiros atiravam bolinhas e os desinteressados assistiam com
mais desinteresse ainda. Foi quando os ‘’vigilantes’’ voltaram.
-É
ele, o senhor Albuquerque!
Os
alunos mais que depressa se sentaram cada um em seu lugar. Quando uma garota, uma
desinteressada da guerra, mas que se preocupava com a situação da reputação
daquela classe, grita:
-Arrumem
as carteiras e limpe o chão, ele sempre pede a mesma coisa!
O
desespero veio à tona. Só se via alunos correndo e tropeçando uns nos outros,
corriam enquanto o diretor não chegava.
Foi
quando a porta se abriu, a cena foi a mais bonita. Rostos angelicais estampados
nos rostos de todos os alunos, chão limpo, cadeira e carteiras arrumadas, nada
de bagunça nem de gritarias. Senhor Albuquerque então pergunta:
-Tudo
bem? - Fazendo cara de estranhamento.
Todos
afirmam que sim com a cabeça fixando os sorrisos angelicais. O diretor dá de
costa novamente, como sempre fazia desta vez com ar de satisfação, mas sem
muito entender o que acontecera e fecha a porta. Os alunos olham uns para os
outros e caem na gargalhada, por terem deixado o direito em estado de confusão,
pobre homem estava perplexo, mas contente com o que acabara de ver.
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