domingo, 10 de agosto de 2014

O primeiro dia - Bianca de Oliveira Candido Viana

   Sabrina estava em casa se arrumando, e muito ansiosa, afinal, era seu primeiro dia de aula. Sua avó estava arrumando-a, e a irmã mais nova, com uma enorme janelinha nos dentes, a irritava, como sempre.
- Vai ficar sozinha na escola!
   A garota não ouvia sua irmã, pois havia achado a escola muito legal quando passara em frente dos portões com sua mãe um mês atrás. Não era uma escola grande. Era pequena com três salas. Confortável no geral.
   Quando o relógio marcava 6:45 horas, elas, Sabrina, a avó e a irmã, saíram em direção a primeira escola que iria frequentar.
   O caminho não foi longo. Chegando em frente ao prédio da escola, Sabrina não se sentiu segura.
   Ao entrar, a menina percebera que todos estavam a sua espera, e que, na verdade, não era o primeiro dia de aula de todos, e sim, o dela, e somente o dela, as aulas já tinham começado a algum tempo.
   Então veio em sua direção, quem seria sua professora. Sabrina, escondeu - se atrás da avó, perto da irmã.
   - Oi mocinha, não precisa ter medo, meu nome é Iragi.
    Mas somente as palavras não a confortariam. Ela não queria mais se desgrudar da avó, tomando muito tempo para resolver soltar-se do braço dela.
    E no momento que sua avó, fez menção de ir embora, as lágrimas começaram a brotar dos olhos negros da garota. E Iragi, aconselhou a avó ir embora, que logo, Sabrina iria parar de chorar.
   A avó, fez o que a professora pediu, e passou pelos portões, ouvindo o choro, que cada vez ficava mais alto.
   A menina que a professora tinha segurado no pulso, tentou se soltar, mas não conseguiu, até que, com um puxão, saiu correndo, em direção à saída. Porém, lá havia outro “obstáculo”, o porteiro. O porteiro tinha visto toda a situação, e, ao ver a menina, segurou-a pelos braços. Mais uma vez presa! Sabrina não conseguiu se libertar com tanta facilidade de antes. Mas, a menina fundou suas unhas na mão do pobre porteiro, que logo, as abriu, soltando os braços dela, onde, saiu correndo.
   Logo, avistou as duas, avó e irmã, no fim da rua, e correu o máximo que pode. A avó, vendo a neta, se surpreendeu, e Sabrina, vendo a avó, reparou que ela estava chorando.
   Voltaram para escola, onde a diretora disse a avó:
- A senhora não deveria chorar na frente dela, só irá fazer com que ela não queira ficar!!
   A neta, que já tinha parado de chorar, sentiu-se culpada, pela avó ter que levar uma advertência por sua causa.
   Então, pela avó (e porque sabia que sua irmã iria rir dela pelo resto da vida), Sabrina decidiu ficar, e sem chorar.
   Afinal, até que foi uma boa ideia ficar, pois foi a melhor experiência. O prezinho.

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