Olá, meu nome é Eduarda,
tenho 17 anos, moro em Guarulhos-SP, sou uma garota como qualquer outra. Gosto
de sair com os amigos nos fins de semana, de ler, escrever, estudar, conhecer
pessoas novas, enfim, adoro essas coisas de adolescentes, porém não imagina que
fosse nascer, crescer e morrer aqui.
Como todos vocês perceberam,
eu sou uma garota muito intelectual, penso muito no meu futuro e adoro estudar.
A escola é um dos lugares que mais freqüento, a biblioteca para ser mais
precisa. Minhas amigas são um pouco diferente, elas preferem sair e se
divertir, do que estudar, e as vezes que
saio sou quase obrigada, pois elas dizem que tenho que me distrair também. No bairro onde moro é bem agitado, com várias
pessoas da minha idade, e vários lugares para lazer bem próximos da minha
residência. E como toda menina, eu também gosto de um garoto. O nome dele é
Matheus, ele estuda na sala ao lado da minha, 3C se não estou enganada, mas ele
nunca ligou muito pra mim. Lembro uma vez quando estávamos no intervalo, ele esbarrou
em mim, e nem se quer pediu desculpas. Mas deixa isso pra lá, tenho que contar
minha história, e o porquê estou aqui.
Tudo começou em uma manhã,
quando estava combinando com as meninas o tema do TCC, que foi dado no dia
anterior. Mas, começamos a falar de outras coisas, e quando fui ver, estávamos
falando do medo de cada uma, lembro-me em ter dito que meu maior medo era ser
esquecida, e logo depois as menina pediram para pararmos com aquele assunto, e
começamos a falar da festa que ia ter na casa do Matheus. Era o comentário da
escola, e é claro que eu não podia perder. Se não me falha a memória, tive que
dizer a minha mãe que ia ter que dormir na casa da Alice, porque a festa não ia
ter hora para acabar, e minha ela se preocupa muito comigo, ainda mais depois
da matéria que ela viu no jornal, dizendo que tinha um estuprador pelas
redondezas. Mas enfim, meu plano tinha sido bem sucedido, então começamos a nos
arrumar. No caminho da festa, perguntei a elas que horas voltaríamos, ouvi
apenas risadas, então deduzi que só na manhã seguinte. Ao chegarmos lá, Matheus
veio nos receber, e me cumprimentou com um beijo na bochecha, e disse que eu
tava linda. Fiquei totalmente sem reação, logo o agradeci, e a noite seguiu.
Depois dançar muito, fui ate a cozinha pegar um copo d'água, e me deparei com o
Matheus beijando uma menina, aquilo definitivamente acabou com minha noite.
Então decidi chamar as meninas para irmos embora, já não tinha mais vontade de
ficar por lá, mas elas não queriam ir, então fui só, já que não morava tão
longe. Ao sair, vi que a rua estava escura, fiquei com o certo medo, mas o
superei em fração de segundos. Na caminhada, lembrei-me da matéria do jornal
que minha mãe estava vendo, aquela que dizia do estuprador, e dei uma risada de
canto, meio irônica, pois pensei que era besteira. Ao chegar em frente a
escola, percebo que a algum tempo, tem alguém me seguindo, decidi olhar para
traz, e era um cara que estava na festa, passou a noite inteira me olhando,
nunca tinha o visto antes. Então acelerei o passo, e ele também, quando tentei
gritar, ele tampou minha boca com um pano e me levou para o estacionamento da
escola, lá fui estuprada e esquartejada, depois de tal ato, ele me levou para
um lugar muito longe e me jogou num rio, e conforme as águas levavam meu corpo,
eu pensava apenas no beijo que não foi meu. Ninguém nunca soube do paradeiro do
meu corpo, e ele, conseguiu fugir.
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