sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Andarilhos – Mayara dos Santos

Parada no muro da escola, com olhos negros, observava o céu nublado, aguardando a amiga loira e ao amigo cabeludo.
Chegando separadamente, os dois traziam felicidade nos rostos claros e olhares serenos, para conversarem sobre o trabalho de biologia. Mas, enquanto parados na calçada estreita, não percebem a presença de um quarto elemento que ao longe espreitava discretamente o movimento de seus andarilhos.
No dia seguinte, amanheceu chuvoso, e a primeira, de olhos negros, desaparece, mas ninguém percebe.
Passada uma semana, dia ensolarada, o menino sai de casa e perde-se, sem deixar lembranças.
E no dia da apresentação do trabalho, a última não aparece e ninguém se importa.
Passando um mês, ele também perde o rumo sem deixar pistas, e todos se questionam aos prantos, quando e como ele sumiu.

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